A três dias da implementação da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensifica esforços para excluir itens estratégicos da lista, incluindo alimentos e aeronaves da Embraer. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, está em diálogo com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, defendendo a importância desses setores para a economia brasileira.
O Brasil, que é o maior exportador global de suco de laranja e um dos principais fornecedores de café para os Estados Unidos, vê a necessidade de proteger suas exportações, que representam uma parte significativa da balança comercial. Apesar das conversas frequentes, as negociações com Washington ainda não resultaram em avanços concretos, e o prazo para a aplicação da tarifa se encerra em 1º de agosto.
Além das questões tarifárias, os Estados Unidos demonstraram interesse em minerais críticos brasileiros, como lítio e nióbio, essenciais para tecnologias avançadas. O governo brasileiro, por sua vez, reafirma que esses recursos pertencem ao povo brasileiro e que qualquer negociação deve ser feita com cautela. Em resposta à possível aplicação da tarifa, o governo já elaborou um plano de contingência para proteger as empresas exportadoras, que aguarda a aprovação do presidente Lula.
Enquanto isso, uma comitiva de senadores brasileiros liderada por Jaques Wagner está em Washington para tentar sensibilizar autoridades e empresários sobre a situação, embora as expectativas para um adiamento da tarifa sejam baixas. O chanceler Mauro Vieira, que se encontra em Nova York para um evento da ONU, ainda não confirmou encontros com membros do governo Trump.