Integrantes da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão discutindo a possibilidade de um auxílio fiscal para os setores impactados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, durante a gestão de Donald Trump (Partido Republicano). Uma proposta de subsídios foi apresentada ao presidente, que ainda não decidiu se irá avançar com a medida. O setor produtivo sugere a criação de um programa semelhante ao Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEM), implementado em 2020 para proteger empregos durante a pandemia de covid-19.
No entanto, a equipe responsável pela elaboração do Orçamento expressa ceticismo quanto à necessidade de tal auxílio, argumentando que isso poderia gerar custos a longo prazo para os cofres públicos. Até o momento, não houve discussões diretas com os profissionais que gerenciam a verba federal sobre o tema. O grupo enfatiza que, se um plano de subsídios for aprovado, deve ter um prazo determinado para evitar que se torne uma despesa permanente sem justificativa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já fez comparações entre as possíveis medidas de apoio e as ações adotadas durante as enchentes no Rio Grande do Sul em 2025, quando o governo ofereceu apoio financeiro direto, mas a maior parte das iniciativas envolveu linhas de crédito e isenções fiscais temporárias. Até agora, não houve movimentação para que Lula solicitasse autorização ao Judiciário para um auxílio semelhante em resposta às tarifas de Trump, e os bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa, ainda não foram acionados para essa questão.
Além disso, empresários solicitaram ao governo a extensão do prazo para quitar o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) com os bancos, aumentando o período de 750 para 1.500 dias. Essa operação de crédito permite que instituições financeiras antecipem valores em reais para exportadores antes do embarque de mercadorias ou prestação de serviços.