O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou a liberação de emendas a congressistas no segundo semestre de 2025, totalizando R$ 9,7 bilhões até a última quinta-feira, 17 de julho. Deste montante, 93% foram liberados apenas nos últimos 30 dias, em resposta a pressões de deputados e senadores que buscam obras para apresentar aos eleitores nas eleições de 2026.
A ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo, explicou que o atraso na liberação dos recursos se deve à demora na aprovação da Lei Orçamentária Anual, que ocorreu apenas no fim de março. Até o momento, a reserva de recursos representa 19,2% dos R$ 50,3 bilhões previstos para o ano, mas o pagamento efetivo das emendas é significativamente menor, totalizando apenas R$ 2,9 bilhões.
Apesar da liberação acelerada, o governo enfrentou derrotas no Legislativo, incluindo a rejeição ao aumento do IOF, que foi aprovado pela Câmara em 25 de junho. A Advocacia Geral da União anunciou que levaria a questão ao Supremo Tribunal Federal, resultando em uma reunião de conciliação entre os Três Poderes em 15 de julho, que não chegou a um consenso. O ministro Alexandre de Moraes decidiu, em 16 de julho, manter o decreto de Lula, acentuando as tensões entre o Executivo e o Congresso.
Os deputados e senadores entraram em recesso na sexta-feira, 18 de julho, e retornarão aos trabalhos em agosto, deixando pendências que precisarão ser resolvidas após o retorno. Entre os partidos que mais se beneficiaram com as emendas estão PL, PT, PSD e União Brasil, cada um com mais de R$ 1 bilhão reservado.