O governo federal anunciou na última quinta-feira (17) a liberação de R$ 150 milhões do Fundo Amazônia para ações de prevenção e combate a incêndios no Cerrado e no Pantanal. Esta é a primeira vez que recursos do fundo são destinados a regiões fora da Amazônia Legal, embora as regras já permitissem essa aplicação. O anúncio foi feito pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que gerencia o fundo.
Os recursos, não reembolsáveis, fazem parte do projeto "Manejo Integrado do Fogo", elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e aprovado pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA). A proposta inclui a aquisição de caminhonetes, drones e outros equipamentos para fortalecer a atuação dos Corpos de Bombeiros e brigadas comunitárias em estados como Piauí, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
A verba será utilizada em três escalas: local, com o fortalecimento de brigadas formadas por moradores; estadual, para a estruturação dos Corpos de Bombeiros; e interestadual, com apoio da Força Nacional em operações integradas. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a necessidade de uma resposta emergencial diante do aumento dos incêndios florestais e queimadas não autorizadas.
Embora a liberação dos recursos represente um avanço, o governo reconhece que a verba não substitui os investimentos direcionados à Amazônia. Desde 2023, o Fundo Amazônia já aprovou R$ 405 milhões para ações na região amazônica, sendo R$ 370 milhões já contratados. O Cerrado, que abriga nascentes de importantes bacias hidrográficas, continua a ser o bioma mais desmatado do Brasil, enquanto o Pantanal enfrenta um cenário crítico, com 62% de sua área afetada pelo fogo desde 1985.