O Governo Federal sofreu uma derrota significativa na tentativa de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), proposta que foi rejeitada pelo Congresso Nacional. A medida, que visava elevar as alíquotas do IOF sobre operações de crédito para arrecadar até R$ 12 bilhões em 2025, foi barrada sob a justificativa de que representaria um aumento da carga tributária em um cenário de desaceleração econômica e alta inflação. O cientista político Guilherme Carvalho analisa que, embora o Executivo tenha conseguido mobilizar suas bases e sensibilizar parte da opinião pública, as relações com o Legislativo estão se deteriorando, o que pode comprometer a governabilidade até o fim do mandato.
Carvalho destaca que a tentativa do governo de judicializar a questão ao acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pode complicar ainda mais a situação, questionando como o Executivo manterá relações operacionais com o Legislativo nos próximos meses. Ele compara a estratégia de polarização e mobilização digital do atual governo à adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que também buscou confrontos com o Congresso e o STF no início de seu mandato, sem sucesso.
O IOF, um imposto federal que incide sobre operações de crédito e câmbio, é considerado uma ferramenta de política econômica, mas seu aumento pode elevar os custos para consumidores e empresas. A proposta de elevar a alíquota para até 3,5% foi rejeitada pelo Congresso, que argumentou que isso penalizaria a classe média e setores produtivos em um momento de crescimento lento. Com a rejeição, o governo enfrenta um cenário desafiador, onde, mesmo com vitórias pontuais, o Congresso pode obstruir pautas centrais e restringir a margem de manobra fiscal do Executivo.