O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que o governo brasileiro está avaliando a possibilidade de permitir a emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem a exigência de aulas em autoescolas. A proposta visa tornar o processo de habilitação mais acessível, uma vez que o custo atual, que varia entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, tem levado milhões de brasileiros a dirigir sem a devida habilitação.
A Associação Nacional dos Detrans (AND) manifestou preocupação com a proposta, destacando a importância da educação para o trânsito e os riscos associados à flexibilização das regras. O presidente da AND, Givaldo Vieira, enfatizou que qualquer mudança deve priorizar a segurança viária e a qualidade da formação dos motoristas, especialmente em um país que ainda enfrenta altos índices de condutores não habilitados.
Em entrevista à GloboNews, Renan Filho revelou que cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação, enquanto outros 60 milhões têm idade para obter a CNH, mas ainda não o fizeram. O ministro destacou que a informalização é um problema crescente e que a proposta de flexibilização busca garantir que mais pessoas tenham acesso a cursos de qualificação, mesmo com a redução das exigências.
O governo também pretende abordar as desigualdades sociais no acesso à CNH, uma vez que, segundo Filho, muitas mulheres são excluídas do processo de habilitação devido a questões financeiras. Ele criticou o modelo atual, que favorece a atuação de máfias nas autoescolas, e reafirmou a necessidade de garantir cursos supervisionados para melhorar a qualificação dos motoristas.