O governo federal brasileiro considera improvável que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reverta a decisão de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações do Brasil para o mercado americano. A medida, anunciada em 9 de julho, entrará em vigor no próximo dia 1º de agosto. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, lidera as tentativas de negociação, mas a avaliação interna é de que não há margem para mudanças.
Alckmin afirmou em coletiva de imprensa que o governo está buscando resolver a situação através de canais institucionais, mas reconheceu a dificuldade em estabelecer um diálogo efetivo com a atual administração dos EUA. A falta de acesso a interlocutores influentes na Casa Branca, especialmente após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em apoio à ex-vice-presidente Kamala Harris, tem dificultado as negociações.
A tarifa de 50% é a mais alta anunciada por Trump entre os mais de 20 países afetados por novas medidas comerciais e representa um desafio significativo para o Brasil, que é o segundo maior destino das exportações brasileiras. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para os EUA, e a imposição da tarifa pode impactar severamente o comércio bilateral, que sustenta milhões de empregos em ambos os países. Além disso, o USTR abrirá uma investigação sobre práticas comerciais consideradas desleais, o que pode resultar em mais sanções caso o Brasil reaja à medida.