O governo federal brasileiro avalia como improvável a reversão da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras, conforme informações obtidas pelo Portal iG. A medida, anunciada em 9 de julho, entrará em vigor no próximo dia 1º e é considerada uma resposta a alegações de déficit comercial e críticas ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tem liderado tentativas de negociação, mas fontes do governo indicam que a falta de canais de alto nível com a administração atual dos EUA dificulta o diálogo. A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, enfrenta desafios para acessar interlocutores influentes na Casa Branca, o que agrava a situação.
Além da tarifa, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abrirá uma investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que pode resultar em sanções adicionais. A retaliação brasileira, prevista na Lei da Reciprocidade Econômica, pode incluir sobretaxas a produtos americanos e suspensão de acordos comerciais, com a aplicação da lei sendo considerada cada vez mais provável.
Representantes do setor privado americano, incluindo empresas como Amazon e Coca-Cola, manifestaram oposição à tarifa em reuniões com Alckmin, destacando que o comércio bilateral sustenta milhões de empregos em ambos os países. A Casa Branca também se prepara para emitir uma nova declaração de emergência para justificar legalmente a medida.