O governo brasileiro, em resposta às tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para exportadores brasileiros, está implementando medidas para mitigar os impactos econômicos. Na terça-feira, 22, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, apresentou uma linha de crédito destinada a apoiar os setores exportadores, especialmente o agroindustrial, que será severamente afetado pela sobretaxa sobre commodities como soja e carne.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou, informando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve receber um plano de contingência ainda esta semana. Este plano inclui não apenas apoio às empresas impactadas, mas também a possibilidade de retaliações contra os Estados Unidos, como a suspensão de direitos de propriedade intelectual e a tributação de dividendos de multinacionais americanas no Brasil.
Especialistas e representantes do setor produtivo, incluindo ruralistas e industrialistas, enfatizam a importância de uma abordagem diplomática em vez de um confronto direto. Em uma pesquisa recente, eles expressaram unanimemente o desejo de que os governos priorizem os interesses brasileiros, evitando a politicagem em meio à crise comercial.
A situação é delicada, pois os Estados Unidos dependem do Brasil para cerca de 30% do café consumido no país, o que torna a perda do Brasil como parceiro comercial uma preocupação para os americanos. Assim, a criação de linhas de crédito para o setor privado é vista como uma estratégia acertada, enquanto a imposição de novos embargos poderia complicar ainda mais a relação comercial entre os dois países.