Na tarde desta terça-feira (15), o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, sob a liderança do vice-presidente Geraldo Alckmin, se reuniu com representantes da indústria de alimentos e do agronegócio para abordar as novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada. A medida, que eleva a taxa atual de 35% sobre carnes, pode inviabilizar as exportações brasileiras.
Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), destacou a urgência da situação, mencionando que cerca de 30 mil toneladas de carne estão em trânsito ou aguardando embarque. Frigoríficos do Mato Grosso do Sul já suspenderam a produção para o mercado americano, conforme comunicado do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems).
Além do setor de carnes, outras cadeias agroindustriais, como café e suco de laranja, também devem ser afetadas. A tarifa entrará em vigor em 1º de agosto, a menos que haja negociações bem-sucedidas entre os dois países. O governo brasileiro busca reverter a situação até 31 de julho, conforme afirmou Alckmin.
A preocupação se estende ao setor de fruticultura, com a safra de laranja em andamento e a incerteza sobre o mercado americano. Ibiapaba Neto, da CitrusBR, e Guilherme Coelho, da Abrafrutas, expressaram suas apreensões sobre as consequências econômicas da nova taxação, que pode impactar significativamente as exportações brasileiras para os EUA, que totalizaram US$ 148 milhões em 2024.