O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como "urgente" a situação dos produtos perecíveis brasileiros destinados aos Estados Unidos, durante uma reunião com representantes do setor agropecuário nesta terça-feira (15 de julho de 2025). A preocupação se intensifica com a iminente entrada em vigor das tarifas de 50% impostas por Washington, que começam a valer em 1º de agosto, afetando tanto cargas já embarcadas quanto produtos que ainda estão em trânsito.
Alckmin destacou que a aplicação da nova taxação pode resultar em prejuízos significativos, especialmente para alimentos como frutas, que correm o risco de estragar antes de chegar ao destino. O presidente da Abiec, Roberto Perosa, alertou que a tarifa inviabilizaria a exportação de carne bovina brasileira, com cerca de 30 mil toneladas prontas para embarque, representando um impacto financeiro entre US$ 150 milhões e US$ 160 milhões.
Além disso, Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, enfatizou os riscos para a safra de manga, que inicia em 1º de agosto, com os Estados Unidos como principal mercado. Ele ressaltou que não há tempo nem estrutura para redirecionar os embarques, o que poderia gerar perdas significativas e desemprego na região do Vale do São Francisco, responsável por 90% da produção nacional da fruta.
Alckmin afirmou que o governo não pretende solicitar uma prorrogação do prazo para a implementação das tarifas, mas sim encontrar uma solução até o dia 31 de julho. O ministro se reunirá na quarta-feira (16 de julho) com a Amcham Brasil e outros setores afetados, buscando ouvir as demandas e agir em relação à nova taxação imposta pelos Estados Unidos.