O governo federal está mapeando novos mercados para redirecionar produtos agropecuários que podem ser afetados por uma tarifa de 50% nas exportações para os Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. As ações, que envolvem a abertura de novos destinos e a ampliação de fluxos comerciais existentes, estão sendo coordenadas pelo Ministério da Agricultura em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O Oriente Médio e a Ásia estão entre as regiões-alvo para essas iniciativas.
Os setores mais impactados pela tarifa, como suco de laranja, café, carne bovina, frutas e pescados, estão recebendo atenção especial. O governo está alinhando estratégias com o setor privado para priorizar mercados nas negociações bilaterais. Adidos agrícolas nas embaixadas foram instruídos a identificar oportunidades e estabelecer contatos com importadores. Câmaras de comércio também estão colaborando, apresentando seus países como potenciais destinos para os produtos brasileiros.
O Ministério da Agricultura já apresentou um diagnóstico inicial ao setor produtivo, que inclui a conclusão de tratativas para a abertura de mercados e a habilitação de frigoríficos. O objetivo é minimizar os impactos da tarifa sobre o fluxo comercial com os Estados Unidos, com foco na busca ativa por novas oportunidades. Entre as negociações em andamento, destacam-se as aberturas de mercado para carne bovina no Japão, Turquia e Coreia do Sul, além de discussões sobre a redução de tarifas para suco de laranja na China.
Os empresários do setor apoiam a estratégia de diversificação de mercados, que visa não apenas mitigar os efeitos da tarifa americana, mas também expandir as vendas externas para países como Arábia Saudita e México. As negociações incluem a manutenção de isenções de alíquotas e a ampliação de acordos comerciais, como o Acordo de Complementação Econômica nº 53 (ACE 53) com o México, que está em pauta até o final do ano.