O governo federal brasileiro enfrenta desafios nas negociações com os Estados Unidos, após a ameaça do presidente Donald Trump de implementar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Desde o dia 16 de julho, o Brasil enviou cartas ao secretário de Comércio e ao representante comercial dos EUA, mas não obteve resposta. O presidente Lula expressou frustração com a falta de diálogo, afirmando que está disposto a negociar, mas que a iniciativa depende de Trump.
Enquanto busca abrir um canal de comunicação, o governo brasileiro está elaborando um plano de contingenciamento para apoiar as empresas que podem ser impactadas pelas novas tarifas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o plano deve ser apresentado ao presidente Lula na próxima segunda-feira (28). Em conversas com autoridades americanas, Haddad e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, tentam estabelecer um diálogo, ressaltando a importância de uma solução que beneficie ambos os países.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que os Estados Unidos são o principal destino dos investimentos brasileiros no exterior, com um aumento de mais de 50% nos últimos dez anos. Atualmente, cerca de 70 empresas brasileiras estão investindo em 23 estados americanos, totalizando US$ 22 bilhões em 2024. Os setores mais representativos incluem alimentos e bebidas, plásticos, software e serviços de TI, e metais.
Por outro lado, os Estados Unidos também são o maior investidor estrangeiro no Brasil, com investimentos que ultrapassam US$ 357 bilhões em 2024. O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou a importância de fortalecer a relação bilateral e incentivar as indústrias brasileiras a se unirem em busca de um acordo comercial que beneficie ambas as partes.