Faltando três dias para a implementação de tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, o Brasil enfrenta dificuldades em estabelecer um diálogo com a administração americana. Apesar das tentativas de intermediação por parte de membros do governo brasileiro, incluindo o chanceler Mauro Vieira, não houve retorno do governo dos Estados Unidos. O clima no Palácio do Planalto é de pessimismo em relação a uma possível conversa entre os presidentes Lula e Trump.
O presidente Lula demonstrou disposição para dialogar diretamente com Trump, mas há receios de que a conversa possa não ser produtiva, dado o histórico de desrespeito do presidente americano em interações anteriores. As expectativas são de que a Casa Branca só considere abrir negociações após a implementação das tarifas, o que poderia aumentar o poder de barganha dos EUA.
O governo brasileiro busca negociar a isenção de tarifas sobre produtos como laranja, café, carne e aviões da Embraer. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil permanece aberto à negociação e que um plano de contingência já está sendo analisado por Lula. Este plano inclui medidas de apoio a empresas que serão impactadas pelas tarifas, como linhas de crédito a juros baixos.
A ministra Gleisi Hoffmann reiterou que a indisposição para o diálogo não parte do presidente Lula, mas sim de Trump, que já manifestou que não deseja conversar neste momento. As negociações continuam em um cenário de incertezas, com o governo brasileiro se preparando para os impactos das tarifas que entrarão em vigor na próxima sexta-feira.