O governo brasileiro está analisando diversas estratégias em resposta ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto. As medidas em discussão incluem a criação de um fundo emergencial para exportadores, uma comitiva diplomática a Washington e o fortalecimento de acordos comerciais, além de possíveis ações mais incisivas, como a taxação de grandes empresas de tecnologia dos EUA.
A decisão de Trump, anunciada em 9 de julho, foi motivada por questões relacionadas ao julgamento de Jair Bolsonaro e à remoção de conteúdos em redes sociais, além de alegações de práticas comerciais injustas. Com a proximidade da implementação das tarifas, instituições financeiras brasileiras já buscam orientação jurídica nos EUA para se prepararem para possíveis sanções severas, incluindo restrições em operações bancárias.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o governo está estudando alternativas para enfrentar a sobretaxa, mantendo o diálogo com os EUA. Entre as propostas discutidas estão a criação de um fundo temporário para apoiar empresas afetadas, a formação de uma comitiva liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin para negociar um adiamento das tarifas e a intensificação das relações comerciais com outros parceiros internacionais, como a União Europeia.
Além disso, empresários brasileiros planejam sensibilizar importadores americanos sobre os impactos das tarifas em produtos de alto consumo, como carne bovina e café. O governo também considera a possibilidade de aplicar uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre as big techs, como uma forma de resposta à disputa comercial, sem prejudicar os consumidores locais.