O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em fase de avaliação do programa Crédito do Trabalhador, lançado em março de 2025. Em entrevista ao canal Nath Finanças, Haddad afirmou que a administração pretende discutir a implementação de um teto de juros e o percentual do FGTS que poderá ser utilizado como garantia para empréstimos aos trabalhadores com carteira assinada. O objetivo é acompanhar a evolução do programa antes de tomar decisões sobre essas questões.
O Crédito do Trabalhador permite que brasileiros com carteira assinada utilizem 10% do saldo do FGTS como garantia em operações de crédito consignado, além de permitir o uso da multa rescisória de 40% do saldo em caso de demissão sem justa causa. As parcelas dos empréstimos são descontadas diretamente na folha de pagamento, visando facilitar o acesso ao crédito. No entanto, a taxa média de juros do crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada alcançou 55,59% ao ano em maio, um aumento significativo desde o anúncio do programa.
Além disso, Haddad abordou a questão das apostas online, classificando a situação como um "problema de saúde pública" e uma "praga". O ministro prometeu apresentar um balanço ao presidente Lula sobre o funcionamento do mercado regulado, que começou em janeiro deste ano, e destacou uma perda anual de R$ 40 bilhões em impostos, que, segundo ele, é atribuída à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Haddad enfatizou que o governo herdou um cenário complicado em relação à regulamentação do setor.