O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se encontrou nesta sexta-feira, 11, com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Durante a reunião, Tarcísio destacou a importância de dialogar com as empresas paulistas sobre as consequências da tarifa de 50% proposta por Donald Trump para as exportações brasileiras, que entrará em vigor em 1º de agosto. Ele enfatizou que a responsabilidade pela situação é do governo federal e que buscará soluções baseadas em dados concretos.
São Paulo é o estado mais afetado pela medida, respondendo por um terço das exportações brasileiras para os EUA, que totalizaram cerca de US$ 40,3 bilhões. Tarcísio expressou sua preocupação com os impactos da tarifa na indústria e no agronegócio, afirmando que "narrativas não resolverão o problema" e que é necessário negociar para proteger os interesses do estado.
A reunião ocorre em meio a uma crescente tensão política, com críticas de membros do governo Lula, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acusou Tarcísio de transferir a culpa pela tarifa ao governo federal. Haddad afirmou que a medida representa um ataque à soberania nacional e que a direita deve reconhecer as consequências de suas ações. Tarcísio, por sua vez, rebateu as críticas, sugerindo que Haddad deveria focar na economia em vez de fazer declarações políticas.
Além disso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, lamentou a postura do governador, que, segundo ele, deveria defender os interesses do estado em vez de aceitar a imposição de tarifas. A situação revela um cenário político tenso, com Tarcísio e Lula empatados nas intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026.