O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou preocupação neste sábado (12) com a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, classificando a medida como "complicada" para a economia nacional. Durante um evento em Cerquilho (SP), Tarcísio defendeu a necessidade de uma ação coordenada entre os governos federal e estadual para mitigar os efeitos econômicos adversos da tarifa, que afeta principalmente a indústria aeronáutica e o agronegócio.
O governador, que anteriormente havia responsabilizado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela situação, mudou seu discurso e destacou a importância da diplomacia federal. Ele afirmou que o estado de São Paulo está atuando como um interlocutor técnico, fornecendo dados sobre o impacto da tarifa, que pode resultar na perda de até 90 encomendas da Embraer para companhias aéreas americanas, como a American Airlines.
Além da indústria aeronáutica, Tarcísio mencionou que produtos do agronegócio, como suco de laranja, açúcar e etanol, também estão sendo prejudicados. Ele ressaltou que a tarifa não apenas afeta o Brasil, mas também encarece a produção nos Estados Unidos, impactando consumidores americanos. O governador evitou apoiar propostas de aliados de Jair Bolsonaro que condicionam o fim da tarifa a uma anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, afirmando que sua prioridade são os interesses econômicos de São Paulo.
A tentativa de Tarcísio de se posicionar como mediador na crise enfrenta resistência tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto entre bolsonaristas, que veem sua postura como uma busca por protagonismo. Enquanto isso, o governo Lula atribui a responsabilidade pelos efeitos econômicos da tarifa a pressões políticas de Donald Trump em favor de Bolsonaro, acirrando ainda mais o debate político em torno do tema.