Goiás, conhecido por ser responsável por 90% das apreensões de rebite, medicamentos à base de anfetaminas, se tornou um importante ponto de escoamento dessa droga ilegal. Apenas em 2023, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 1,3 mil comprimidos, enquanto em 2022 o número chegou a mais de 1,5 mil por dia. O uso do rebite, que mantém as pessoas acordadas, é comum entre motoristas profissionais, como caminhoneiros, que buscam inibir o sono durante longas jornadas de trabalho.
Victor Rustiguel, chefe de comunicação da PRF em Goiás, atribui a alta concentração de anfetaminas no estado à sua localização estratégica, que facilita o trânsito de veículos de carga. Investigações indicam que a droga é produzida em várias partes do Brasil, incluindo Goiás, onde em 2024 foram apreendidos 214 kg de matéria-prima e maquinários para a fabricação de comprimidos. A distribuição ocorre principalmente para estados do norte e nordeste do país.
Apesar da proibição da venda e consumo do rebite pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a droga é comercializada no mercado paralelo, com traficantes utilizando redes sociais para anunciar os produtos. A reportagem do Jornal Opção entrou em contato com um traficante que revelou preços atrativos para a venda de comprimidos, evidenciando a demanda crescente entre motoristas.
Para combater essa prática criminosa, a PRF e o Ministério Público de Goiás intensificaram as ações de fiscalização em veículos de carga e promovem operações conjuntas. Rustiguel alerta que a utilização de anfetaminas por motoristas não apenas viola a legislação, mas também coloca em risco a segurança nas estradas, destacando a importância de medidas efetivas para inibir a circulação da droga no estado.