O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se reuniu nesta quinta-feira (24) em Goiânia com representantes do setor bioenergético para abordar as tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos, que afetarão o etanol e o açúcar brasileiros. A nova medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, tem gerado apreensão entre os produtores goianos devido ao potencial de perdas econômicas e diminuição da competitividade no mercado internacional.
Durante o encontro, André Rocha, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e dos sindicatos de etanol e açúcar, apresentou dados sobre a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Ele destacou que o etanol é o único produto mencionado na investigação americana sobre práticas comerciais brasileiras, sugerindo que o combustível pode ser usado como moeda de troca em futuras negociações.
Rocha também alertou para os riscos indiretos das cotas americanas para o açúcar, que atualmente favorecem o Nordeste. O fechamento desse canal de exportação poderia resultar em excedentes no mercado interno, pressionando os preços em Goiás. Ele enfatizou a preocupação com o açúcar orgânico, dado que Goiás é o maior exportador nacional do produto e o Brasil representa 46% das importações dos EUA nesse segmento. A nova tarifa, que pode chegar a 50%, pode beneficiar países como Colômbia, Paraguai e Argentina, levando à perda de mercado para o Brasil.
Ao final da reunião, André Rocha agradeceu ao governador pela atenção ao setor e expressou a expectativa de que Goiás colabore com o governo federal para mitigar os impactos das novas tarifas.