O estado de Goiás instituiu o Fórum Permanente dos Setores Público e Privado, com o objetivo de acompanhar os impactos da guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos, especialmente na área da saúde. A iniciativa foi anunciada pela Secretaria de Estado de Saúde durante uma reunião realizada no último sábado, 26, com o secretário Rasível Santos e representantes do setor. A preocupação central é a possibilidade de reciprocidade tarifária, que pode acarretar um aumento de custos superior a US$ 3 bilhões anuais.
O secretário Rasível Santos destacou que o governador Ronaldo Caiado está empenhado em manter o setor de saúde fora do conflito tarifário. Em encontros com empresários, Caiado mencionou a intenção de dialogar com autoridades norte-americanas para isentar insumos e medicamentos das tarifas, considerando a importância vital desses produtos. "É um gesto humanitário", afirmou o governador, enfatizando a necessidade de proteger a saúde da população.
As medidas tarifárias, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem entrar em vigor a partir de 1º de agosto, e o impacto econômico no Brasil dependerá das soluções propostas pelas empresas e da resposta do governo. Segundo estimativas, os gastos com saúde pública no Sistema Único de Saúde (SUS) podem alcançar US$ 1,6 bilhão, enquanto o setor privado pode enfrentar custos adicionais de US$ 1,65 bilhão. O secretário expressou preocupação com a viabilidade financeira de hospitais privados, que, se fechados, sobrecarregariam o SUS.
A manutenção de equipamentos médicos e a aquisição de insumos são questões críticas, uma vez que muitos produtos são importados dos Estados Unidos. O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás, Renato Daher, e o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás, Marcelo Reis, alertaram para o impacto que tarifas podem ter sobre medicamentos de alto custo e equipamentos essenciais para a saúde, como tomógrafos e ressonâncias magnéticas.