O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, liderou na manhã de quarta-feira (24) a quinta reunião com o setor produtivo, desta vez focada na cadeia sucroenergética. O encontro teve como objetivo discutir alternativas para proteger a economia goiana dos impactos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, conhecida como tarifaço. Representantes do setor expressaram preocupação com a nova taxação, que pode resultar em perdas significativas para a exportação de açúcar orgânico.
André Rocha, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), destacou que Goiás é o maior produtor nacional de açúcar orgânico, com produção concentrada em empresas como Jales Machado e Goiasa. Durante a reunião, Henrique Pena, representante da Jales Machado, alertou que a nova tarifa, somada a tributos já existentes, elevará os encargos sobre o açúcar orgânico brasileiro a 98%, em comparação a 58% para concorrentes como a Colômbia.
Desde o início da crise, o Governo de Goiás tem se articulado com diversos setores, incluindo saúde e mineração, em busca de soluções. O estado foi o primeiro a anunciar medidas emergenciais, como o Fundo de Equalização do Empreendedor (Fundeq), que oferece subsídios para operações de crédito, e uma nova linha de crédito a partir de créditos de ICMS, totalizando R$ 628 milhões em recursos disponíveis.
Caiado criticou a falta de ação do governo federal e alertou sobre os riscos de retaliações que poderiam agravar a situação. Ele enfatizou que a crise afetará diversas cadeias produtivas em Goiás, incluindo carne, couro e citricultura, com um impacto econômico estimado em mais de 380 milhões de dólares. O governador pediu uma resposta mais efetiva do governo federal para mitigar os efeitos da tarifa imposta pelos EUA.