O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria da Saúde (SES), inicia a implementação do Método Wolbachia em Valparaíso de Goiás e Luziânia no segundo semestre de 2024. A estratégia, já aplicada em 14 países, visa combater a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya através da liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia.
Os Wolbitos, como são chamados os mosquitos modificados, transmitem a bactéria a seus filhotes, resultando em uma população de mosquitos que não transmite as arboviroses. A SES destaca que essa ação será complementar a outras iniciativas já em andamento para o controle do Aedes aegypti, que, em 2024, registrou 123.218 notificações de casos, com 72.331 confirmações e 53 mortes.
Flúvia Amorim, subsecretária de Vigilância em Saúde da SES, enfatiza a importância de continuar com as práticas de eliminação de criadouros de mosquitos, uma vez que não há distinção visível entre os mosquitos infectados e os não infectados. O Método Wolbachia, respaldado por estudos científicos, já demonstrou resultados positivos em cidades brasileiras, como Niterói (RJ), onde a redução de casos de dengue chegou a 70%.
A estratégia é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde. Gabriel Sylvestre, gerente de implementação da empresa Wolbito do Brasil, ressalta que, embora o impacto total do método possa ser avaliado em dois anos, efeitos significativos já são observados na estação seguinte à sua implantação, destacando a segurança e a sustentabilidade da abordagem.