A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, denunciou nesta sexta-feira (24) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está ameaçando os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com sanções, incluindo a cassação de seus vistos americanos. A declaração foi feita por meio de sua conta no X (antigo Twitter).
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, negou as acusações e afirmou que não está intimidando os parlamentares. Em entrevista ao programa Oeste com Elas, ele sugeriu que, assim como ocorreu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os líderes do Congresso poderiam enfrentar represálias caso não colaborem com a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Se o Brasil não conseguir pautar a anistia e o impeachment do Alexandre de Moraes, a coisa ficará ruim", declarou.
Gleisi Hoffmann classificou as declarações de Eduardo como uma ameaça e um "crime intolerável contra a soberania e a democracia no Brasil". Ela criticou a suposta conivência do deputado com agentes do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e ressaltou que a situação representa uma chantagem inaceitável. Eduardo, que se encontra autoexilado nos Estados Unidos, tem buscado apoio local para pressionar o Congresso americano a conceder anistia a seu pai, que é investigado por suposta participação em ações golpistas.
Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou que oito ministros do STF tiveram seus vistos revogados após a Corte tomar medidas contra Jair Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro também expressou apoio a punições, como tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que foram discutidas em reuniões com autoridades americanas.