A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), respondeu nesta sexta-feira (18) às declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a operação da Polícia Federal que resultou em medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Gleisi afirmou que Tarcísio não possui "autoridade para falar em pacificação" devido ao seu apoio a ações que, segundo ela, prejudicaram o Brasil.
A ministra acusou o governador de endossar a ofensiva do ex-presidente americano Donald Trump contra o país e de participar de conspirações articuladas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Em suas redes sociais, Gleisi destacou que "não tem autoridade para falar em pacificação quem, como o governador Tarcísio, defendeu a guerra tarifária, as sanções e ataques de Donald Trump contra o Brasil".
A resposta de Gleisi veio após Tarcísio classificar a decisão do STF como uma "humilhação" e afirmar que o país enfrenta uma "sucessão de erros". Ele também mencionou que "não haverá paz social sem eleições livres, justas e competitivas", o que foi interpretado por membros do governo como uma crítica à legitimidade do processo eleitoral e às decisões judiciais.
A operação da PF ocorreu em um contexto de crescente tensão institucional, poucos dias após Trump impor tarifas de 50% a produtos brasileiros, em retaliação ao que considerou "perseguição" a Bolsonaro. Investigadores brasileiros alegam que a articulação do ex-presidente com o governo dos EUA visava interferir no julgamento do STF e constranger as instituições brasileiras, levando Moraes a enquadrar a conduta no crime de atentado à soberania nacional.