O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou-se nas redes sociais neste sábado, 12, sobre a necessidade de "formação adequada" para policiais, em resposta a dois recentes casos de mortes envolvendo a Polícia Militar de São Paulo. Mendes destacou que a situação exige um compromisso dos órgãos de controle e respeito aos direitos humanos.
As declarações do ministro surgem após a prisão em flagrante dos cabos da PM Renato Torquato da Cruz e Robson Noguchi de Lima, ocorrida na sexta-feira, 11, durante uma ação na favela de Paraisópolis, onde um morador, Igor Oliveira, de 24 anos, foi morto enquanto estava rendido. Mendes enfatizou que a segurança pública deve ser realizada com inteligência e respeito à legalidade, além de ressaltar a importância da adoção de câmeras corporais pelos policiais.
Além do caso em Paraisópolis, Mendes também se referiu à morte do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, que foi atingido por um tiro de um policial de folga em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, no dia 4 de novembro. O agente, Fábio Anderson Pereira de Almeida, alegou ter confundido a vítima com um assaltante. Mendes criticou a ideia de execuções sumárias e reiterou que a Justiça deve ser baseada em provas e processos regulares.
O ministro concluiu que os recentes incidentes evidenciam a urgência de uma reflexão sobre a segurança pública no Brasil, ressaltando que mecanismos de controle, como as câmeras corporais, são essenciais para garantir a transparência e a proteção tanto de agentes públicos quanto de cidadãos.