A Associação de Trabalho e Produção Solidária da Saúde Mental (Gerarte), localizada no centro de Goiânia, se destaca como uma importante experiência de reinserção social na rede de saúde mental da capital. Fundada como parte da política antimanicomial e vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, a associação oferece atividades laborais que visam à geração de renda e à convivência em liberdade, em vez de focar apenas na terapia.
Com cerca de 25 participantes, o Gerarte promove oficinas de costura, bordado, tecelagem e produção de papel artesanal a partir de resíduos recicláveis. Os produtos são vendidos em escolas, parques e feiras, com a participação ativa dos associados. Patrícia Martins, terapeuta ocupacional e gerente do Gerarte, destaca que a autogestão é fundamental para a continuidade das atividades, já que a associação depende de doações e da venda dos produtos para se manter.
Apesar dos desafios financeiros, agravados pela extinção de repasses federais nos últimos anos, a expectativa é de reconstrução com o novo ciclo político em Brasília. A gestão municipal busca reativar políticas de incentivo à produção solidária e ampliar o acesso a ferramentas que promovam a autonomia dos usuários. Além disso, questões como o acesso ao passe livre no transporte coletivo revelam obstáculos adicionais à permanência e autonomia dos participantes, que frequentemente enfrentam exigências excessivas para obter o benefício.
Roberto Vaz, gerente de saúde mental de Goiânia, menciona que iniciativas como a retomada de hortas e a implantação de panificação em outras unidades da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estão em andamento, com o objetivo de fortalecer a autonomia dos usuários e garantir a continuidade das atividades do Gerarte.