O general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres, depôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 28, negando qualquer participação em um suposto plano golpista em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. A audiência faz parte da investigação sobre um grupo de militares que teria articulado ações para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.
Durante seu depoimento, Theóphilo afirmou que não possuía poder ou autoridade para executar qualquer ação e que sempre manteve lealdade ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, que não se uniu ao suposto plano. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o general de ter se reunido com Bolsonaro logo após a derrota eleitoral, colocando-se à disposição para coordenar forças militares em um possível golpe.
O general confirmou a reunião, mas a descreveu como um "monólogo" de Bolsonaro, que expressou descontentamento com o resultado das eleições. Theóphilo ressaltou que o encontro foi do conhecimento do comandante do Exército e negou ter recebido propostas de ações ilegais. Ele leu um discurso durante a audiência, no qual refutou as acusações da PGR, sendo advertido pelo juiz auxiliar sobre a necessidade de ser conciso em suas alegações.
"Não me foi apresentado nenhum documento, nem proposta de medida ilegal ou inconstitucional", afirmou Theóphilo, que também questionou a lógica da acusação, sugerindo que, se realmente tivesse intenção de participar de um golpe, Bolsonaro o teria nomeado para um cargo de maior influência no Exército.