O general da reserva Mário Fernandes confirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 24, a autoria do plano denominado Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fernandes, que foi o número dois da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, afirmou que o plano não foi compartilhado com ninguém e se tratava apenas de um 'pensamento digitalizado'.
Durante o depoimento, Fernandes relatou que imprimiu o documento para leitura, mas o rasgou em seguida, reforçando que não teve contato com outras pessoas sobre o assunto. A Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou que o general assumiu a responsabilidade por ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, em colaboração com Marcelo Costa Câmara, coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Além disso, Fernandes admitiu ser o autor de uma minuta que visava a implementação de um 'gabinete de crise', que, segundo a PGR, tinha como objetivo estabelecer diretrizes estratégicas para gerenciar uma crise institucional, sendo chefiado pelo general Walter Braga Netto, atualmente preso. O general também mencionou suas visitas a acampamentos bolsonaristas, descrevendo-os como 'uma festa cívica', mas negou ter interagido com líderes do movimento.
O STF iniciou a oitiva dos réus dos núcleos 2 e 4 da ação penal relacionada ao golpe, com a PGR alegando que os acusados do núcleo 2 ocupavam posições relevantes no governo Bolsonaro e gerenciavam ações golpistas. Filipe Martins, também réu do núcleo 2, negou ter elaborado uma das minutas que visavam anular o resultado das eleições de 2022, afirmando que tomou conhecimento do documento apenas pela imprensa.