Mário Fernandes, general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro, foi interrogado nesta quinta-feira (24) no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu no núcleo 2 da trama golpista e é considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) um dos líderes mais radicais do plano que previa o sequestro ou homicídio de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o depoimento, Fernandes admitiu ser o autor do chamado Plano Punhal Verde e Amarelo, mas minimizou sua gravidade, afirmando que se tratava apenas de um "pensamento digitalizado" que não foi compartilhado com ninguém. O militar, que chefiou interinamente a Secretaria-Geral da Presidência e foi assessor do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, está preso preventivamente desde 19 de novembro de 2022, após a PF encontrar mensagens que incitavam ações antidemocráticas.
A PGR acusa Fernandes de coordenar ações de monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas, em colaboração com Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro. O plano, que previa a execução de Moraes, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin em dezembro de 2022, foi descrito como uma tentativa de desestabilizar o governo eleito. Em seu depoimento, o general revelou que chegou a imprimir o plano, mas o rasgou logo em seguida, reforçando que não o compartilhou com ninguém.