Mário Fernandes, general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro, foi interrogado nesta quinta-feira (24) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu no núcleo 2 da trama golpista, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser um dos líderes do plano que previa o sequestro ou homicídio de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o depoimento, Fernandes admitiu ser o autor do chamado Plano Punhal Verde e Amarelo, que, segundo a PGR, tinha como objetivo a execução de Moraes, Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin em dezembro de 2022. O general afirmou que o plano era apenas um "pensamento digitalizado" e que se arrepende de sua criação, ressaltando que não o compartilhou com ninguém.
Fernandes, que está preso preventivamente desde 19 de novembro de 2022, foi acusado de incitar ações antidemocráticas e de coordenar ações de monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas. Ele também teria realizado interlocução com lideranças populares ligadas aos eventos de 8 de janeiro. Durante o interrogatório, o general revelou que chegou a imprimir o plano, mas o rasgou logo em seguida, afirmando que não o discutiu com terceiros.