O general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, admitiu nesta quinta-feira (24) ser o autor do documento que propunha o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A declaração foi feita durante um interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF).
No depoimento, Fernandes confirmou ter idealizado o plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que detalhava a execução de autoridades. No entanto, ele alegou que o texto era apenas um "pensamento" digitalizado e uma "análise de riscos", sem intenção de execução. "Não foi apresentado nem compartilhado com ninguém", afirmou o general, ressaltando que o material não impactaria o processo judicial em andamento.
Fernandes também revelou que imprimiu o documento no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022, mas rasgou a impressão logo em seguida. Ele negou ter levado o material consigo ao Palácio da Alvorada, onde se encontrava o ex-presidente Jair Bolsonaro, e atribuiu a coincidência de horários a motivos profissionais. O general é réu em uma ação que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula.
Em novembro de 2024, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Fernandes e outros quatro indivíduos envolvidos no plano. As investigações apontam que o general é considerado um dos militares mais radicais do grupo, com o planejamento operacional do assassinato marcado para 15 de dezembro de 2022, incluindo detalhes sobre a munição a ser utilizada contra as autoridades.