As gangues haitianas assumiram o controle de cerca de 90% da capital, Porto Príncipe, segundo autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU). A diretora executiva do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Ghada Fathy Waly, fez o alerta durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, destacando que a escalada da violência se espalha para áreas antes pacíficas, incluindo o sul do país.
Waly informou que os grupos criminosos estão estabelecendo 'estruturas de governança paralelas', aproveitando-se da ausência de serviços públicos e paralisando o comércio legal, o que resultou em aumento nos preços de itens essenciais como combustível e arroz. Miroslav Jenca, secretário-geral adjunto da ONU, enfatizou que a situação está se deteriorando rapidamente e alertou para o risco de colapso total da presença do Estado na capital, caso não haja uma intervenção internacional mais robusta.
Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, o poder das gangues tem crescido, e uma missão apoiada pela ONU, liderada pela polícia queniana, enfrenta desafios de pessoal e financiamento. Apesar de uma proposta do Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, para fornecer apoio logístico à missão, a situação permanece crítica, com um aumento alarmante na violência, incluindo 364 incidentes de violência sexual documentados entre março e abril deste ano.