O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou nesta terça-feira (8) a necessidade de 'normalizar' a política monetária do Brasil, durante uma palestra na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília. Ele destacou que existem indícios de entupimento nos canais de transmissão da taxa Selic para a economia, o que resulta em juros mais altos em comparação a países semelhantes.
Galípolo apontou que a convivência do Brasil com taxas de juros elevadas, mesmo diante de uma atividade econômica dinâmica, causa estranheza entre economistas internacionais. Ele exemplificou a situação com o uso do crédito rotativo pelas famílias, que apresenta juros significativamente superiores à Selic, tornando-se menos sensível às variações da taxa básica.
O presidente do BC também mencionou que algumas empresas brasileiras conseguem emitir títulos de dívida com juros inferiores aos do Tesouro Nacional. Além disso, ele observou a queda estrutural no financiamento imobiliário, que depende da caderneta de poupança, que rende menos que a taxa básica de juros. Galípolo concluiu que resolver essas distorções não será uma tarefa simples e que não há uma solução única para o problema.