O fotógrafo e documentarista brasileiro Gabriel Chaim está na cidade de Sweida, no sul da Síria, onde tem registrado os efeitos devastadores de recentes ataques violentos. Desde o fim do regime de Bashar al-Assad, Sweida se tornou um dos locais mais afetados pela guerra civil que assola o país há mais de uma década. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, mais de 1.400 pessoas foram mortas nas últimas semanas na região, predominantemente habitada por drusos, uma minoria étnica e religiosa.
Chaim relatou a situação crítica enfrentada pelos habitantes, que carecem de água, energia e alimentos, e testemunhou cenas de violência extrema, como corpos carbonizados nas ruas. Entre os sobreviventes, destaca-se a menina Hala Al-Khatib, de oito anos, que sobreviveu a um ataque ao seu lar, no qual perdeu toda a família. Hala foi atingida por um tiro no rosto e conseguiu escapar fingindo estar morta.
A situação em Sweida é ainda mais complicada pela presença de grupos armados que têm promovido massacres na região. O exército sírio, sob o comando do presidente interino Ahmed al-Sharaa, também tem sido acusado de violência contra a população local. Chaim, que continua a documentar os horrores da guerra, está acompanhando Hala, que será levada a Damasco e depois ao Líbano, onde receberá tratamento cirúrgico para reconstruir seu rosto.
A complexidade do conflito sírio é evidenciada pela diversidade étnica e religiosa da população, que inclui árabes, alauítas, armênios, beduínos e drusos. A falta de proteção para as minorias e a luta pelo poder na região levantam preocupações sobre o futuro da Síria, conforme os conflitos entre diferentes grupos continuam a se intensificar.