O painel "Desmistificando as SAFs: Os caminhos para a sustentabilidade do futebol", realizado na Expert XP 2025 em São Paulo, destacou a necessidade de encarar o futebol brasileiro como uma indústria para alcançar a profissionalização e sustentabilidade. Heloisa Rios, CEO da Universidade do Futebol, e Alex Bourgeois, CEO da Portuguesa SAF, foram os principais palestrantes do evento. Eles enfatizaram que modelos de "clube-empresa", como as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), são essenciais para essa transformação.
Heloisa Rios argumentou que a complexidade do ecossistema do futebol exige uma abordagem sistêmica, onde cada clube deve avaliar qual modelo empresarial é mais adequado. Atualmente, existem 99 SAFs registradas no Brasil, com 6 na Série A e 9 na Série B. Ela ressaltou que, ao contrário das associações tradicionais, as SAFs oferecem maior clareza estratégica e governança, permitindo uma gestão mais profissional e estável.
Alex Bourgeois compartilhou a experiência da Portuguesa, que, após adotar o modelo SAF, conseguiu renegociar uma dívida de R$ 560 milhões e revitalizar suas instalações. Ele destacou que a transição para esse modelo envolve desafios, como a necessidade de aprovação de mudanças estatutárias por um grande número de conselheiros. Apesar das dificuldades, os resultados positivos demonstram que a profissionalização é um caminho viável para a recuperação e sustentabilidade dos clubes brasileiros.