A Federação Única dos Petroleiros (FUP) manifestou, nesta segunda-feira (28), sua insatisfação com a lentidão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em decidir sobre o pedido de exploração de petróleo na Margem Equatorial. O Ibama, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), adiou uma reunião com a Petrobras para discutir a Avaliação Pré-Operacional (APO), etapa crucial do licenciamento ambiental, para o dia 12 de agosto.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, questionou a justificativa para o atraso e alertou que a paralisação do processo está gerando custos significativos, estimados em mais de R$ 4 milhões por dia, com o aluguel de uma sonda de perfuração que se encontra inativa no litoral do Pará há mais de 20 dias. Bacelar enfatizou que a reunião poderia ser agendada ainda nesta semana, ressaltando a importância do Ibama no processo.
Em resposta, o Ibama informou que a Petrobras solicitou a antecipação da reunião, mas manteve a data original devido à necessidade de atividades preparatórias para a APO. O órgão reiterou seu compromisso com a condução rigorosa do licenciamento ambiental, especialmente em uma região com características ambientais delicadas, como a bacia da Foz do Amazonas.
A Margem Equatorial é considerada uma nova fronteira de exploração de petróleo e gás, com potencial significativo, especialmente após descobertas recentes nas costas de países vizinhos. No Brasil, a área se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, mas a Petrobras possui autorização para perfurar apenas dois poços na costa potiguar. A exploração na região enfrenta críticas de ambientalistas e especialistas, que apontam para os riscos ambientais e a contradição com as metas de transição energética.