Os fundos multimercado estão se adaptando rapidamente ao novo cenário econômico global sob a presidência de Donald Trump, que inclui a implementação de tarifas elevadas sobre produtos importados. Durante o painel "Flexibilidade para se adaptar: a estratégia de resiliência dos Multimercados" na Expert XP 2025, gestores de investimentos discutiram as mudanças no fluxo de capital, que antes se concentrava exclusivamente nos Estados Unidos e agora começa a se diversificar para outros países.
Fabiano Rios, CIO da Absolute Investimentos, destacou que a mudança no fluxo de investimentos é estrutural e representa um reequilíbrio global. "O crescimento será mais distribuído, e os EUA podem deixar de ser o único destino para investimentos", afirmou. André Raduan, da Genoa Capital, acrescentou que a China está emergindo como um novo polo de atração de investimentos, devido a esforços fiscais substanciais e uma moeda depreciada.
Os gestores também alertaram sobre os impactos inflacionários das tarifas de Trump, que afetarão tanto os Estados Unidos quanto os países que sofrerão tributação, como o Brasil, que enfrentará uma taxa de 50% a partir de 1º de agosto. Apesar das perdas acumuladas de R$ 500 bilhões nos últimos anos, os especialistas acreditam que os fundos multimercado têm potencial para se recuperar rapidamente, dada sua flexibilidade e capacidade de adaptação às novas condições de mercado.
Walter Maciel, da AZ Quest, enfatizou que o cenário externo está se tornando mais favorável e que os fundos multimercado, por sua natureza, podem se beneficiar de uma ampla gama de ativos. Rios concluiu que o Brasil pode começar a atrair capital estrangeiro, mesmo diante de riscos internos, destacando que o momento atual apresenta diversas oportunidades para investimentos.