Os Fundos Imobiliários (FIIs) voltam a ser tema de debate entre especialistas, que discutem a obrigatoriedade de distribuição de 95% do resultado semestral. Criados pela Lei nº 8.668 de 1993, os FIIs têm como objetivo incentivar a distribuição de rendimentos aos cotistas, o que, segundo analistas, limita seu crescimento orgânico. Marx Gonçalves, da XP, ressalta que a distribuição de uma alta porcentagem do lucro resulta em pouco capital para reinvestimento.
Durante o programa Liga de FIIs, Gonçalves e o analista Marcos Baroni, da Suno Research, destacaram que, embora o modelo atual favoreça dividend yields elevados, muitas vezes acima de 10% ao ano, isso não é compatível com um crescimento agressivo. Baroni acrescenta que há uma confusão entre a natureza dos FIIs e as expectativas de desempenho, sugerindo que esses fundos são voltados para geração de renda e não para crescimento acelerado.
Os especialistas também abordaram a utilização de estratégias financeiras, como alavancagem, que podem inflar temporariamente os dividendos. Baroni alerta para a importância de diferenciar entre um dividendo inflado e uma fraude, enfatizando que o investidor deve entender o contexto de cada pagamento. Para eles, a estrutura atual dos FIIs é adequada, desde que os investidores compreendam suas limitações e peculiaridades, tornando-os uma opção consolidada para quem busca renda passiva no Brasil.