Os fundos de infraestrutura no Brasil continuam a se destacar no mercado financeiro, alcançando uma captação líquida de R$ 1,9 bilhão até o dia 18 de julho, conforme relatório do Bradesco BBI divulgado nesta segunda-feira (21). Este resultado marca a tendência de quinto mês consecutivo de fluxo positivo, impulsionado pela atratividade das debêntures incentivadas, que são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas.
A expectativa de mudanças na isenção fiscal tem acelerado a demanda por esses fundos. Em junho, o governo apresentou uma Medida Provisória que propõe a implementação de uma alíquota de 5% de IR sobre os rendimentos desses títulos a partir de 2026. Essa possível tributação levou muitos investidores a anteciparem suas alocações, aproveitando os benefícios fiscais atuais.
Além disso, o desempenho positivo dos fundos de infraestrutura contribuiu para a recuperação dos fundos de crédito privado, que após resgates de R$ 5,1 bilhões em junho, registraram entradas de R$ 11,9 bilhões em julho até o dia 18. No mercado secundário, 38% dos títulos IPCA+ e 49% dos papéis atrelados ao CDI se valorizaram no período.
Na última semana, o mercado primário movimentou R$ 11,8 bilhões em sete operações, com destaque para Copel e Prio Forte, que captaram R$ 3 bilhões cada. Outras empresas, como Localiza e Raízen, também anunciaram novas ofertas, evidenciando o apetite por ativos de dívida corporativa em um cenário de juros elevados.