Wang Jian, fundador da Alibaba Cloud, afirmou em entrevista à Bloomberg que o futuro da inteligência artificial (IA) na China não reside apenas em algoritmos, mas na criatividade aplicada. Segundo ele, o próximo avanço do país em IA dependerá da capacidade de imaginar novas aplicações, em vez de simplesmente construir modelos computacionais maiores.
Wang, que tem acompanhado a evolução da tecnologia desde os anos 1980, ressaltou que a transformação da IA está moldando o pensamento humano e as abordagens para resolução de problemas. Ele comparou os avanços em computação a inovações nos meios de transporte, destacando que o poder computacional massivo altera fundamentalmente a forma como as pessoas pensam e agem.
O executivo expressou ceticismo em relação à categorização do desenvolvimento da IA como uma evolução de IA estreita para inteligência geral (AGI) e inteligência superinteligente (ASI), considerando essa classificação enganosa. Para ele, o foco deve ser no desenvolvimento de aplicações criativas, afirmando que modelos já existentes, como os da Qwen e DeepSeek da Alibaba, necessitam de casos de uso inovadores para gerar valor.
Wang também destacou a importância do mercado chinês como um ambiente de testes para novas tecnologias, permitindo validações rápidas, mesmo que algumas iniciativas não prosperem. Ele concluiu enfatizando que o desenvolvimento da IA é uma maratona, não uma corrida, e expressou otimismo sobre a capacidade da China de explorar e inovar frente às incertezas tecnológicas.