Em Araucária, Paraná, um menino autista de 4 anos foi encontrado amarrado a uma cadeira dentro do banheiro de uma escola particular, levando a Polícia Civil a indiciar uma funcionária por tortura. A denúncia foi feita por uma colega da funcionária na última segunda-feira (7), que já havia presenciado a situação anteriormente e decidiu agir após flagrar o menino novamente amarrado.
Os pais do menino, Mirian e Augusto Ambrozio, foram informados do ocorrido por telefone enquanto Augusto estava no trabalho. A mãe descreveu a cena chocante, relatando que o filho estava preso com fita crepe e um cinto, o que deixou marcas visíveis em seus braços. A conselheira tutelar que atendeu a ocorrência também ficou estarrecida ao encontrar a criança batendo os pés em busca de ajuda.
Após a denúncia, outras funcionárias da escola começaram a relatar casos semelhantes, incluindo uma foto de uma menina de três anos amarrada na cadeira. A diretora da escola, Danieli Alexandra Zimermann, admitiu em áudios que a situação de contenção das crianças era uma prática comum, embora tentasse justificar a ação. A investigação revelou ainda que a escola apresentava alta rotatividade de funcionários, muitos sem formação adequada.
A funcionária indiciada, Sara Maria Erdeman Correia, de 18 anos, foi presa em flagrante, mas liberada após a detenção. O Ministério Público solicitou sua prisão preventiva. A justificativa apresentada por Sara foi de que o menino estava muito agitado, e que sua ação foi autorizada por uma pedagoga estagiária. As defesas dos envolvidos não se manifestaram até o momento.