Frigoríficos do estado de Goiás iniciaram a suspensão das exportações de carne bovina para os Estados Unidos em decorrência da imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos agropecuários brasileiros, que entra em vigor em 1º de agosto. A medida gerou uma forte reação entre os representantes do setor, que alertam para os impactos imediatos na indústria, incluindo a paralisação dos abates destinados ao mercado americano e a incerteza quanto à viabilidade de contratos previamente firmados.
O presidente do Sindicarnes Goiás, que representa os frigoríficos do estado, destacou a gravidade da situação, afirmando que a tarifa torna inviável a produção de carne para o mercado norte-americano. Ele enfatizou que, além dos prejuízos operacionais, há riscos jurídicos e financeiros, uma vez que produtos já estão em trânsito e podem ser taxados ao chegarem aos EUA.
Dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa) indicam que os Estados Unidos são responsáveis por cerca de 25% das exportações de carne bovina do estado, o que torna a paralisação ainda mais preocupante. A Seapa também alertou que a medida pode gerar uma sobreoferta de carne para outros mercados e para o consumo interno, pressionando os preços.
Diante da situação, o Sindicarnes cobra uma ação diplomática do governo federal para tentar suspender ou adiar a vigência da tarifa. Além disso, a Seapa informou que está trabalhando para diversificar os mercados compradores, buscando ampliar as relações internacionais do agronegócio goiano.