Frigoríficos de Mato Grosso do Sul interromperam a produção de carne destinada aos Estados Unidos em resposta à tarifa de 50% anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, que deve entrar em vigor em 1º de agosto. A medida, que impacta diretamente o agronegócio brasileiro, pode forçar os exportadores a buscar novos mercados para produtos que tradicionalmente são enviados aos EUA, o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China.
Entre os produtos afetados estão carne bovina, café, suco de laranja, etanol e açúcar. A tarifa, se implementada, poderá inviabilizar a exportação de carne, que representa 12% das vendas brasileiras para os EUA, e do suco de laranja, que responde por 41% das exportações do produto. Especialistas apontam que o Brasil pode redirecionar suas vendas para outros países, como México, Egito, Canadá e Emirados Árabes, mas o setor de sucos enfrenta dificuldades em encontrar mercados alternativos.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) sugere que países como China, Índia e Austrália poderiam absorver parte da produção de café, enquanto analistas do setor de carnes destacam que a diversificação de mercados é essencial para mitigar os prejuízos. A Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec) já está buscando novas oportunidades na Ásia, onde o Vietnã retomou as compras de carne bovina do Brasil.
A situação evidencia a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro diante de políticas comerciais internacionais e a necessidade de adaptação rápida para garantir a continuidade das exportações em um cenário de incertezas.