Os frigoríficos brasileiros já começaram a diminuir a produção de carne bovina destinada aos Estados Unidos, em resposta ao anúncio de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, feita pelo presidente Donald Trump. A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, gerou incertezas no agronegócio nacional, que teme impactos negativos nas vendas de diversos produtos, incluindo café e suco de laranja.
Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Carne Bovina (Abiec), afirmou que as indústrias estão buscando alternativas para redirecionar a produção e pausar temporariamente as exportações para o mercado americano. Durante uma missão nos EUA, Perosa se reuniu com importadoras que também expressaram surpresa com a decisão, que pode elevar os preços da carne no país, já afetado pela baixa na pecuária devido a secas.
O governo brasileiro, por sua vez, tenta mitigar a crise por meio da diplomacia, evitando uma resposta imediata e buscando negociar prazos e percentuais menores para a sobretaxa. Luís Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, destacou que o Brasil não aceitará imposições unilaterais e que a diversificação de mercados foi acelerada após a eleição de Trump.
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) alertou para os impactos negativos que a medida pode causar em toda a cadeia produtiva exportadora, incluindo setores como papel e celulose, açúcar e café. A entidade defende um diálogo entre os governos para evitar prejuízos tanto para os exportadores brasileiros quanto para os consumidores americanos.