A França anunciou nesta quinta-feira, 24, que reconhecerá o Estado palestino na Assembleia-Geral da ONU, programada para setembro. O presidente Emmanuel Macron destacou a urgência de encerrar a guerra em Gaza e prestar assistência à população civil, afirmando que essa medida visa contribuir para a paz no Oriente Médio.
A decisão gerou forte reação de Israel, com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmando que o reconhecimento "recompensa o terrorismo" e poderia resultar na criação de um novo aliado do Irã na região. Netanyahu argumentou que um Estado palestino nas atuais condições serviria como uma plataforma para ameaçar Israel, em vez de promover a paz.
A declaração da França ocorre em meio a uma grave crise humanitária em Gaza, onde a escassez de alimentos e água tem levado ao aumento da desnutrição e à morte de 45 pessoas nos últimos dias, segundo a ONU. Aproximadamente 500 mil palestinos enfrentam insegurança alimentar, com 100 mil em situação de inanição. A pressão internacional por um cessar-fogo e pela entrada de ajuda humanitária tem aumentado, levando a União Europeia a ameaçar sanções a Israel caso o fluxo de assistência não seja ampliado.
Atualmente, 147 dos 193 membros da ONU reconhecem o Estado palestino, e a França, ao avançar com essa decisão, pode se tornar o país mais influente a fazê-lo. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também enfrenta pressão para considerar um gesto semelhante, destacando a gravidade da situação em Gaza e a necessidade de ações concretas para evitar mais mortes entre os palestinos.