Fragmentos de ossos queimados foram encontrados pela polícia próximo à residência de Marcos Yuri Amorim, principal suspeito do desaparecimento de Carmen de Oliveira Alves, estudante trans da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que está sumida desde 12 de junho em Ilha Solteira, interior de São Paulo. O material foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para análise, com laudo previsto para ser divulgado em 30 dias. A defesa de Yuri não foi localizada para comentar o caso.
O delegado Miguel Rocha, responsável pela investigação, informou que os ossos estavam em resíduos de uma fogueira no terreno da casa de Yuri, situada em um assentamento rural. "Não sabemos se são ossos humanos. Se forem, serão submetidos a exame de DNA para comparação com amostra da mãe da vítima", afirmou Rocha. O rastreamento do celular de Carmen indica que ela esteve na casa de Yuri no dia de seu desaparecimento, sendo este o último registro ativo antes do celular ser desligado.
Yuri, que mantinha um relacionamento amoroso com o policial militar da reserva Roberto Carlos de Oliveira, também suspeito de envolvimento no crime, teria agido devido a pressões da vítima para que ele assumisse publicamente o relacionamento. A investigação aponta que Carmen havia preparado um dossiê contra Yuri, ameaçando denunciá-lo por furtos, o que teria motivado o crime. Ambos os suspeitos estão presos desde 10 de junho.
As buscas pelo corpo de Carmen estão sendo auxiliadas pela Marinha no rio São José dos Dourados, que passa nos fundos do lote da família de Yuri. A jovem, de 26 anos, cursava o último ano de Zootecnia e desapareceu após deixar a universidade em sua bicicleta elétrica, seguindo para a casa do namorado.