O fósforo, elemento essencial para a agricultura e a vida humana, enfrenta desafios significativos em sua utilização e disponibilidade. De acordo com especialistas, apenas 20% dos fertilizantes fosfatados aplicados são efetivamente absorvidos pelas culturas, resultando em grandes perdas que contribuem para a poluição dos sistemas hídricos e a proliferação de algas nocivas. Com o aumento dos níveis de CO₂, a disponibilidade de fósforo no solo para culturas-chave, como o arroz irrigado, diminui, exigindo aplicações ainda maiores desse nutriente.
As reservas de fósforo na Terra são limitadas, com estimativas indicando que restam cerca de 100 anos de suprimento. Embora a descoberta de novas reservas na Noruega tenha quase dobrado o suprimento global conhecido, a mineração de fosfato apresenta sérios impactos ambientais, como a destruição de ecossistemas e a liberação de metais pesados. Regiões como a Flórida e os Países Baixos hesitam em explorar suas reservas devido a preocupações ambientais, destacando a complexidade da questão.
Além disso, a concentração das reservas mundiais de fosfato, principalmente no Marrocos e no Saara Ocidental, levanta questões geopolíticas, com o potencial de novos conflitos motivados por recursos. A situação na região é delicada, especialmente após a ruptura do cessar-fogo pela Frente Polisário em 2020. A busca por soluções sustentáveis e a recuperação do fósforo perdido são essenciais para garantir a segurança alimentar e a preservação ambiental no futuro.