As forças armadas da Síria se retiraram da província de Sweida nesta quinta-feira, 17, após dias de intensos confrontos com grupos paramilitares da minoria drusa. A retirada foi anunciada após um acordo de cessar-fogo mediado por Estados Unidos, Turquia e países árabes, que permitiu a delegação da segurança local para grupos drusos. Desde o início dos combates, mais de 500 pessoas perderam a vida, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
O presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, confirmou que a segurança em Sweida será gerida por líderes drusos locais. Apesar do cessar-fogo, relatos de ataques de vingança por parte de militantes drusos contra comunidades beduínas sunitas foram registrados, resultando em deslocamentos forçados. A escalada de violência na região levantou preocupações sobre a estabilidade política pós-guerra na Síria e provocou uma resposta militar de Israel, que atacou a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, alegando a necessidade de proteger a comunidade drusa.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, reiterou o compromisso de manter o sul da Síria desmilitarizado e garantir a segurança da população drusa, que também reside em Israel. Em meio a essa crise, vídeos nas redes sociais mostraram abusos cometidos por forças governamentais contra civis drusos, incluindo saques e execuções. O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, expressou preocupação com as alegações de violações dos direitos humanos na região, incluindo execuções extrajudiciais e tratamentos desumanos a civis.
A situação em Sweida continua a ser monitorada de perto, com líderes drusos e oficiais do governo buscando estabilizar a região após a escalada de violência. O compromisso de responsabilização por abusos cometidos contra a minoria drusa foi reafirmado por al-Sharaa, que destacou a importância dessa comunidade para a nação síria.