O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) prorrogou por 90 dias a atuação da Força Nacional em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, a partir de 23 de outubro. A medida visa reforçar a segurança em áreas de conflito entre indígenas e fazendeiros na região. A decisão foi anunciada pelo ministro Ricardo Lewandowski na terça-feira (22), data em que a atuação da força estava prevista para encerrar.
Desde a chegada da Força Nacional em 28 de abril, diversas operações foram realizadas, incluindo a prisão do cacique Suruí Pataxó, Welington Ribeiro de Oliveira, em 2 de julho, por porte ilegal de armas. A prisão gerou protestos de indígenas que bloquearam a BR-101 em reivindicação pela soltura do líder, alegando que ele é defensor dos direitos humanos e enfrenta ameaças de morte.
Na manhã de quarta-feira (23), a Força Nacional realizou a "Operação Vértice Zero" em Caraíva, resultando em cinco feridos e três prisões durante uma ação contra homicídios e tráfico de drogas. A operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão, e os feridos resistiram à abordagem policial. Além disso, a região já registrou quatro mortes violentas, incluindo o assassinato de dois indígenas em julho, cujos corpos foram encontrados com marcas de tiros.
As tensões na área continuam a crescer, com a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) denunciando as prisões e pedindo a proteção dos direitos dos indígenas. A situação em Porto Seguro permanece crítica, com a presença da Força Nacional sendo fundamental para a manutenção da ordem e segurança local.